segunda-feira, 9 de novembro de 2009

UMA IGREJA MODELO

Introdução

De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na macedônia e Acaia.
Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 1 Ts 1:7 e 8


A igreja de Tessalônica foi estabelecida pelo apóstolo Paulo durante a sua segunda viagem
missionária, na companhia do seu amigo Silas.
Segundo historiadores, Tessalônica era uma cidade bastante conhecida pelas suas fontes
de águas termais e por ser uma região de estratégia militar. Em tempos passados ela
chegou a ser capital de um importante distrito romano.
De acordo com o relato histórico do livro Atos dos Apóstolos 16 e 17, o evangelho chegou
a essa cidade numa circunstância adversa.
Havia ali um grupo de Judeus que se reunia na sinagoga para estudar as Escrituras
Sagradas. Ao chegar à cidade, Paulo se dirigiu à sinagoga para pregar as novas do
evangelho.
Para entendermos melhor o contexto histórico da chegada de Paulo e Silas à cidade,
devemos ler Atos 17: 1 a 9.
Chegando a Atenas, Paulo enviou Timóteo à Tessalônica a fim animar os irmãos que
haviam aceitado a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal.
O relatório favorável de Timóteo – o estado da igreja de Tessalônica era saudável deixou
Paulo muito feliz.
Aquele relatório motivou o pastor Paulo a enviar uma carta elogiosa, aconselhando à
igreja permanecer firme no evangelho.
No primeiro capitulo de I Tessalonicenses, o apóstolo faz um merecido elogio à igreja.
Leiamos: I Tes. 1:2 a 10
“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus
Cristo, graça e paz a vós outros. Damos, sempre, graças a Deus por todos vós,
mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus
e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa
eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas,
sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o
nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores
nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com
alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na
Macedônia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia
e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de
não termos necessidade de acrescentar coisa alguma; pois eles mesmos, no tocante a nós,
proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os
ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para
aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos
livra da ira vindoura”.

Tessalônica – A Igreja Modelo.
Nos versículos 7 e 8 o apóstolo se dirige aos tessalonicenses como modelo de verdadeira
conversão para os crentes de outras regiões.
“de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia.
Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também
por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos
necessidade de acrescentar coisa alguma”;
Que pontos caracterizavam os crentes de Tessalônica como Igreja Modelo?
No versículo 3 Paulo fala da Fé Operosa, do Amor Abnegado e de uma Esperança
Inabalável.
“recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação
do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”, I Tes.1:3
Consideremos estes pontos interessantes como vitais para nosso crescimento espiritual:

I – FÉ OPEROSA
Quando falamos sobre a fé é bom meditarmos nas seguintes perguntas reflexivas:
O que é fé salvadora e quais as suas características?
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.
Heb. 11:1
“Fé verdadeira é a que recebe a Cristo como Salvador pessoal. A fé que é para salvação
não é uma fé casual, não é o mero assentimento do intelecto, é a crença arraigada no
coração, que abraça a Cristo como Salvador pessoal, com a certeza de que Ele pode salvar
perfeitamente aos que por Ele se chegam a Deus. Crer que Ele salve a outros, mas não vos
salvará a vós, não é fé genuína; mas quando a alma se apóia em Cristo como a única
esperança de salvação, então se manifesta fé genuína”. 74MM, pág. 205


Fé não é sentimento?
“Sentimento não é fé; ambos são coisas distintas. Cabe a nós exercitar a fé; mas aquele
sentimento de alegria e as bênçãos, Deus é quem os dá. A graça de Deus vem à alma pelo
conduto da fé viva, e está ao nosso alcance exercitar semelhante fé. PE, pág. 72.
“Quando falamos em fé, devemos ter presente uma distinção. Existe uma espécie de
crença que é inteiramente diversa da fé. A existência e poder de Deus, a veracidade de Sua
palavra, são fatos que mesmo Satanás e seus exércitos não podem sinceramente negar. Diz
a Bíblia que ‘também os demônios o crêem e estremecem’ (Tg 2:19); mas isto não é fé.
Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão à Sua
vontade; onde o coração se Lhe acha rendido e as afeições nele concentradas, aí existe fé - a
fé que opera por amor e purifica a alma. A verdadeira fé apreende e suplica a bênção
prometida, antes que esta se realize e a experimentemos.” 74MM, pág. 205


Qual é o efeito da fé operosa na vida do crente e da igreja?
“Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão à Sua
vontade; onde o coração se Lhe acha rendido e as afeições nele concentradas, aí existe fé - a
fé que opera por amor e purifica a alma. Por esta fé o coração é renovado à imagem de
Deus..” CC, pág. 63. “Esta fé leva seu possuidor a colocar em Cristo todas as afeições da
alma; seu entendimento fica sob o controle do Espírito Santo, e seu caráter é moldado
segundo a semelhança divina.” 1 ME. Pág. 391

II – AMOR ABNEGADO
O que é amor e de onde provém?
Na primeira carta de Paulo aos Coríntios, no capítulo 13, ele apresenta as características do
verdadeiro amor que toda igreja deve cultivar.

Os dois braços do amor:
a) Amor a Deus sobre todas as coisas.
b) Amor ao próximo como a si mesmo.
“Supremo amor a Deus e abnegado amor uns aos outros - são estes os dois grandes
braços de que dependem toda a lei e os profetas”. 80MM, pág. 285


O que evidencia este puro amor na igreja?
“A árvore boa produz bons frutos. A evidência do amor a Cristo é a manifestação de amor
uns aos outros. O abnegado amor pelos que nos rodeiam é colocado entre as mais
gloriosas evidências da religião verdadeira. Por seu intermédio é dado ao mundo um
testemunho diário em favor de Cristo”. idem


Qual é o efeito do amor na igreja?
“O espírito de abnegado amor pelos outros proporciona ao caráter profundeza,
estabilidade e formosura cristã, e traz paz e felicidade ao seu possuidor. As aspirações são
enobrecidas. Não haverá lugar para a preguiça ou egoísmo. Os que desse modo
exercitarem as graças cristãs hão de crescer e tornar-se fortes para o trabalho de Deus.
Terão claras percepções espirituais, fé constante, e crescente, e maior poder na oração. O
Espírito de Deus, operando em seu espírito, despertará as sagradas harmonias da alma,
em resposta ao contato divino. Os que assim dedicarem esforços abnegados ao bem de
outros estão, certissimamente, operando sua própria salvação. O único modo de crescer na
graça é ... empenhar-nos, na medida de nossa capacidade, em ajudar e abençoar os que
carecem do auxílio que lhes podemos dar”. Caminho a Cristo, págs. 78-80.
“O amor deve residir no coração. O cristão verdadeiro tira seus motivos de ação do
profundo amor pelo Mestre. Do amor a Cristo brota o interesse abnegado por seus irmãos.
O amor comunica a quem o possui graça, propriedade e elegância de porte. Ilumina-lhe a
fisionomia e educa-lhe a voz; refina e eleva todo o ser”. CBV, págs. 489 e 490


III – ESPERANÇA INABALÁVEL
“A esperança e alegria que esta afirmação levou à jovem igreja de Tessalônica mal pode
ser por nós apreciada. Eles creram na carta que lhes foi enviada por seu pai no evangelho,
apreciaram-na e seu coração se comoveu de amor por Paulo. Ele lhes havia falado antes
dessas coisas; mas nesse tempo a mente deles tinha dificuldade em compreender
doutrinas que pareciam novas e estranhas, e não surpreende que a força de alguns pontos
não lhes tivesse ficado vividamente impressa na mente. Mas eles estavam famintos da
verdade, e a epístola de Paulo deu-lhes nova esperança e alento, e mais firme fé em Cristo,
e mais profunda afeição por Aquele que por intermédio de Sua morte tinha trazido à luz
vida e imortalidade”. AA, pág. 259

Qual era a Esperança dos tessalonicenses e qual deve ser a nossa também?
A esperança daqueles crentes estava centralizada na promessa do aparecimento do nosso
Salvador nas nuvens dos céus em Glória e da vida eterna. Esta verdade encontramos em
1Tessalonicenses, capitulo 4, do versículo 13 ao 18.
“A vinda do Senhor tem sido em todos os séculos a esperança de Seus verdadeiros
seguidores. A última promessa do Salvador no Monte das Oliveiras, de que Ele viria outra
vez, iluminou o futuro a Seus discípulos, encheu-lhes o coração de alegria e esperança que
as tristezas não poderiam apagar nem as provações empanar. Em meio de sofrimento e
perseguição, ‘o aparecimento do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo’ foi a ‘bem-aventurada esperança’. Quando os cristãos tessalonicenses estavam cheios de pesar ao
sepultarem os seus queridos, que haviam esperado viver para testemunharem a vinda de
Jesus, Paulo, seu instrutor, apontou-lhes a ressurreição a ocorrer por ocasião do advento
do Salvador. Então os mortos em Cristo ressurgiriam, e juntamente com os vivos seriam
arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. ‘E assim’, disse ele, ‘estaremos sempre com
o Senhor. Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras’ 1Tes. 4:16-18.” GC, 302


Quão importante é a esperança na vida da igreja?
Escrevendo aos romanos, Paulo disse que “Em esperança, somos salvos”. Rom. 8:24
“A labuta e a privação, sem esperança de coisas melhores, tornam excessivamente pesada
sua carga. E, quando a isso se ajuntam a dor e a doença, o fardo é quase insuportável.
Alquebrados e oprimidos, não sabem para onde se voltar em busca de auxílio.
Compadecei-vos deles em suas provações, suas mágoas e decepções. Isso vos abrirá o
caminho para os ajudar. Falai-lhes das promessas de Deus, orai com eles e por eles,
inspirai-lhes a esperança... Os caídos devem ser levados a sentir que não é demasiado
tarde para serem íntegros. Cristo honrou o homem com Sua confiança, deixando-o então
sob a vigilância de sua própria honra. Mesmo aqueles que haviam caído mais baixo, Ele
tratava com respeito. Era para Cristo uma contínua dor o contato com a inimizade, a
depravação e a impureza; nunca, porém, soltou Ele uma expressão que mostrasse estarem
as Suas sensibilidades chocadas ou ofendidos os Seus apurados gostos. Fossem quais
fossem os maus hábitos, os fortes preconceitos ou as dominantes paixões das criaturas
humanas, Ele as encarava a todas com piedosa ternura. Ao partilharmos de Seu Espírito,
olharemos todos os homens como irmãos, com idênticas tentações, caindo muitas vezes e
lutando por se erguer novamente, combatendo contra o desânimo e as dificuldades,
sedentos de simpatia e auxílio. Então nos aproximaremos deles de modo a não desanimálos
nem repeli-los, mas a suscitar a esperança em seu coração”. CBV, pág. 158
“Qual é a esperança de que temos de dar uma razão? A esperança da vida eterna por meio
de Jesus Cristo”. Ev, pág. 247


CONCLUSÃO
A igreja de Tessalônica continua sendo o modelo para a igreja de hoje.
Neste tempo, quando a fé tem sido substituída pela razão, o amor de quase todos tem se
esfriado e as lutas e dificuldades têm sufocado a esperança, necessitamos desenvolver e
cultivar as mesmas virtudes espirituais que fizeram a igreja de Tessalônica tornar-se o
modelo para os cristãos da sua época.

Apelo:
“Cristo apela aos membros de Sua igreja para que alimentem a verdadeira e genuína
esperança do evangelho. Aponta-lhes para cima, afirmando-lhes nitidamente estarem as
riquezas que perduram em cima, e não embaixo. A esperança deles está no Céu, não na
Terra. ‘Buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua Justiça’, diz Ele, e ‘todas essas coisas’ -
tudo o que é essencial ao nosso bem – ‘vos serão acrescentadas’ Mat. 6:33.”
“Especialmente importante para a igreja em nosso tempo são os ensinamentos do
apóstolo sobre este ponto. Para os que vivem tão próximo da grande consumação, as
palavras de Paulo devem ter eloqüente força...” AA, pág. 260

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