Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; Ml 4:5
O último capítulo do Antigo Testamento contém uma promessa escatológica. Não só é notável porque constitui a mensagem de advertência final de Deus para o antigo Israel, mas também porque contém os princípios básicos do apelo final de Deus para Seu povo da nova aliança, a igreja.
Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição (Mal. 4:5. 6, RA).
O Novo Testamento interpreta o "grande e terrível Dia do SENHOR" ou dia de juízo, como a segunda vinda de Cristo (Heb. 9:27, 28). Deus enviará o “profeta Elias" para salvar Seu povo daquele dia que queimará o ímpio numa destruição tão complete que "nem raiz nem ramo" permanecerão (Mal. 4:1). A recepção da mensagem de Elias é crucial; se é rejeitada, Deus vai ferir "a terra com maldição". Se for aceita, Israel será unido a Deus numa aliança que traz as bênçãos de Deus.
Quem é este Elias vindouro? Ele é o mesmo profeta que se dirigiu a Israel durante a crise da apostasia de Baal? A mensagem aparece novamente no Apocalipse, o livro que prepara um povo para o segundo advento de Cristo?
Ao longo da história vários mensageiros reivindicaram ser Elias. É importante que nós entendamos o significado desta profecia intrigante do retorno de Elias. A menos que o façamos, não poderemos distinguir entre o verdadeiro e o falso Elias no tempo do fim.
Para Malaquias e seus contemporâneos, Elias, de Tisbe, em Gileade (1 Reis 17:1), era um antigo profeta. Ele viveu mais de quatro séculos antes de Malaquias, uns 800 anos antes de Cristo. O livro de Reis revela que Elias era um profeta enviado por Deus a Israel n um tempo de apostasia religiosa e moral. Israel tinha caído na idolatria e imoralidade da adoração de Baal, e a missão de Elias era chamar o povo de Deus a renovar a aliança mosaica, restabelecer a adoração sagrada de Israel com relação à Yahweh. Quando Deus diz a Malaquias, "Eu enviarei Elias novamente antes que o juízo final ocorra" nós temos que assumir que o povo de Deus aparentemente apostatou de novo.
Numa leitura superficial, a promessa pareceria indicar que o próprio profeta voltaria. O Novo Testamento indica, porém, que a profecia nos aponta para uma dupla repetição da mensagem de Elias em vez do retorno do profeta atual. Cristo interpretou a predição de Malaquias como a vinda de uma mensagem de reavivamento e reforma semelhante em espírito e natureza àquela de Elias, projetada para preparar o caminho para o Seu primeiro advento. No Apocalipse nós podemos procurar uma mensagem adicional, semelhante em espírito e natureza àquela entregue pelo antigo profeta, o propósito da qual é preparar o caminho para o segundo advento de Jesus. A mensagem de Elias, então, não aponta à reencarnação ou reaparição do profeta literal, mas antes é uma chamada de Deus para que o povo se prepare para o advento de Cristo.
Jesus esclareceu a Seus discípulos que os rabinos estavam corretos ao discutir que Elias deve preceder a vinda do Messias como Seu precursor (Mat. 17:10). “Jesus respondeu: ‘De fato, Elias vem e restaurará todas as coisas. Mas eu lhes digo: Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram com ele tudo o que quiseram. Da mesma forma o Filho do homem será maltratado por eles’. Então os discípulos entenderam que era de João Batista que ele tinha falado” (versos 11-13, NVI).
João Batista não reivindicou ser uma reencarnação do antigo profeta Elias (João 1:21), mas acentuou sua missão em ser a "voz" ou mensagem, para anunciar o aparecimento iminente do Messias. Ele “respondeu com as palavras do profeta Isaías: ‘Eu sou a voz do que clama no deserto: “Façam um caminho reto para o Senhor” ’” (verso 23, NVI).
Já antes do nascimento de João, o anjo Gabriel tinha declarado aos seus pais, "Fará retornar muitos dentre o povo de Israel ao Senhor, o seu Deus. E irá adiante do Senhor, no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais a seus filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, para deixar um povo preparado para o Senhor" (Luc. 1:16, 17).
Gabriel cita as mesmas palavras de Malaquias 4 e os aplica para a missão de João. Dizendo que a mensagem de Elias é uma mensagem de preparação para o advento de Cristo, Gabriel interpretou a predição do Antigo Testamento cristologicamente.
Assim o Novo Testamento também provê a chave para a compreensão da profecia de Malaquias em relação ao segundo advento de Cristo. Para este evento a antiga profecia aponta mais diretamente, como nós podemos notar por sua ênfase no "grande e terrível" dia de juízo que o Novo Testamento retrata como o segundo advento de Jesus. Os apóstolos chamam o dia de juízo como "o dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (veja 1 Cor. 1:7, 8:5:5; 2 Cor. 1:14).
A Mensagem de João Batista
A mensagem de Elias será repetida, então, antes da segunda vinda de Jesus Cristo. Ela preparará um povo para encontrar a Deus em juízo. Nós podemos entender melhor o propósito da última mensagem de Elias notando o que João Batista fez para preparar o povo para o Primeiro Advento. Jesus disse que João "restaurará todas as coisas" (Mat. 17:11). Ele estava fazendo o que Elias tinha feito, chamando o povo de volta a Deus e aos Seus mandamentos.
Quando ele reprovou o Rei Herodes pela relação ilícita do rei com a esposa de seu irmão (Luc. 3:19), sua fiel exaltação da lei de Deus custou-lhe a vida. Mas ele não era um legalista, porque ele pregou a Cristo como "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29).
É hoje necessária tal mensagem de reavivamento e restauração? Nunca os homens pisaram mais desafiadoramente os mandamentos de Deus. Nunca mais amplamente eles rejeitaram a Deus, nunca desconsideram mais Sua Palavra. Nunca o mundo tem precisado da mensagem de Elias mais que hoje.
A mensagem de Elias vem somar-se ao nosso senso do retorno iminente de Cristo porque a mensagem tem que vir no momento certo. João Batista não veio séculos antes do Primeiro Advento – ele o introduziu. Igualmente, a proclamação da mensagem de Elias introduz o Segundo Advento. É uma mensagem de impacto mundial e chama o povo de Deus, onde quer que eles estejam para deixar a apostasia e voltar à correta relação de aliança com Deus.
Para entender o significado da mensagem para nossos dias nós temos que examinar mais de perto seus princípios básicos primeiro como foi dado por Elias. Ao fazê-lo, nós nos protegeremos de má interpretação básica.
A Mensagem de Elias
Em 1 Reis 16:30-33 nós lemos do casamento do Rei Acabe com "Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios". Foi proibido aos reis de Israel o casamento com pagãos porque com o consorte freqüentemente vinha uma religião pagã. E assim foi. A adoração a Baal, misturada com a verdadeira adoração a Yahweh, foi introduzida e imposto ao povo.
O vigésimo terceiro capítulo de 2 Reis explica ao culto a Baal mais completamente, revelando-a como uma forma de adoração do sol. Sob este sistema o povo adorava "todo o exército de estrelas" queimando "incenso a Baal, ao sol e à lua, às constelações e a todos os exércitos celestes" (versos 4, 5). O culto a Baal em Israel, porém, era uma amalgamação, misturando princípios da fé hebraica e os de Baal num sistema. O resultado foi que as 10 tribos do norte "abandonaram todos os mandamentos do Senhor, o seu Deus, e fizeram para si dois ídolos de metal na forma de bezerros e um poste sagrado de Aserá. Inclinaram-se diante de todos os exércitos celestiais e prestaram cultos a Baal" (2 Reis 17:16, NVI).
A missão de Elias era convocar Israel da apostasia para voltarem a Deus e Seus mandamentos. Deus não pode ser separado de Seus mandamentos. É por meio deles que Ele expressa que Sua vontade. Rejeitar a vontade de Deus é rejeitar o próprio Deus.
Como o sinal da apostasia religiosa de Israel, Deus reteve a chuva (1 Reis 17:1; veja também Deut. 11:16, 17). Durante três anos e meio não veio nenhuma chuva, um período desastroso para a nação. Poderia esperar-se que depois de um ano os israelitas caíssem de joelhos para descobrir o que estava religiosamente errado com eles. Ao invés disso, Acabe e Jezabel endureceram seus corações, e o povo sofreu terrivelmente. Ao término dos três anos e meio Deus mandou Elias de volta aos líderes apóstatas com um apelo final.
Como o povo dos dias de Elias receberam sua mensagem? Quando Acabe viu Elias o que ele lhe disse foi: "É você, você o perturbador de Israel?" (1 Reis 18:17, RSV).
O profeta respondeu: "Eu não perturbei Israel; mas você sim, e a casa de seu pai, porque você abandonou os mandamentos do SENHOR e seguiu os baalins" (verso 18, RSV).
Verdadeiros centros de culto na revelação divina. O porta-voz de Deus desejava conduzir o povo de Deus a uma decisão de renovar sua lealdade para com Ele. Elias dirigiu-se ao povo e disse: “Até quando vocês vão oscilar para um lado e para o outro? Se o SENHOR é Deus, sigam-no; mas, se Baal é Deus, sigam-no’. O povo, porém, nada respondeu” (verso 21). Nesta hora dramática Elias começou a restabelecer o altar do Senhor que estava em ruínas (verso 30).
Aqui nós recebemos um vislumbre do que o culto a Baal tinha feito. Tinha rejeitado o culto de Yahweh em sua mensagem de salvação pela graça de Deus (veja Lev. 17:11). Elias leva 12 pedras e reconstrói o altar. Ao fazê-lo ele reaviva a doutrina de salvação pela graça apenas e enfatiza a unidade das 12 tribos de Israel. Certamente aqui está uma mensagem de unidade e de restauração da lei divina e o evangelho.
A mensagem de João Batista continha os princípios básicos da mensagem de Elias. Ele chamou o povo de volta aos mandamentos de Deus e ao verdadeiro arrependimento pela fé no Cordeiro de Deus (João 1:29). Eles significavam sua aceitação da mensagem por seu batismo para o perdão dos pecados (Luc. 3:3). Assim João cumpriu sua comissão de preparar o caminho para o primeiro advento de Jesus.
E assim deve ser no tempo do fim. Como discípulos de Jesus, nós temos que convocar o homem moderno para voltar da apostasia, voltar de qualquer forma sofisticada de tal "adoração de ídolos" que podemos ter hoje: do baal do materialismo, de cientificismo, do oculto, de falsos conceitos do evangelho de Deus. A mensagem de Elias é um apelo para voltar do legalismo por um lado e da permissividade do outro, voltar à verdadeira adoração de Yahweh, voltar à lei original e ao evangelho. Isso tem sido o propósito de Deus em todas as idades: trazer a humanidade de volta à Sua aliança. E assim Deus enviou a incorporação de Sua lei e evangelho no Messias Jesus para andar entre nós, para que pudéssemos saber o que Deus se parece e buscar andar com Ele.
A Mensagem de Elias para Hoje
A mensagem de Elias para nossos dias aparece em Apocalipse 14:6-20. O cenário, como predito em Malaquias 4, é o juízo. João vê uma “nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, alguém ‘semelhante a um filho de homem’. Ele estava com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. Um anjo chama Àquele assentado na nuvem: “‘Tome a sua foice e faça a colheita, pois a safra da terra está madura; chegou a hora de colhê-la’. Assim, aquele que estava assentado sobre a nuvem passou sua foice pela terra, e a terra foi ceifada” (versos 14-16, NVI).
Aqui nós temos um retrato simbólico do segundo advento de Cristo. Ele vem com uma coroa – como Rei dos reis – e com uma foice – como juiz. O último juízo, apontado por todos os profetas, que Ele cumprirá em breve. A imagem vem diretamente de Joel que é, por assim dizer, um apocalipse em cápsula do Antigo Testamento. Joel pinta Yahweh que desce no vale de Josafá para julgar as nações que perseguiram Seu povo da aliança. Em Joel 3:13 a frase aparece ''Lancem a foice, pois a colheita está madura." Nós temos que concluir, então, que João aplica o apocalipse de Joel do juízo de Yahweh como o dia do juízo de Cristo. O próprio Cristo tinha declarado que Seu Pai "deu todo o juízo ao Filho '' (João 5:22, RSV).
Mas Cristo não votará sem primeiro emitir um chamado ao arrependimento, um convite para restabelecer a verdadeira adoração, um apelo para o preparo para a Sua vinda. E tal convite divino aparece em Apocalipse 14, onde três anjos tocam uma mensagem de preparação apocalíptica.
Deus deu as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14 para serem entendido. Eles são a mensagem de Elias para nossos dias, convocando o povo de Deus onde quer que eles sejam, como que sejam chamados – católico romano, luterano, metodista, nazareno, adventista do sétimo dia, batista, ou outro – para voltar ao compromisso com a vontade revelada de Deus, à verdadeira adoração, de volta aos passos de Jesus.
O nome da igreja que nós professamos seguir não é de máxima importância, porque uma igreja não salva. Se uma igreja não salva, então seguramente seu nome não pode salvar. O mais importante é se uma igreja ouve e está respondendo à mensagem de Elias, à mensagem que, como nos dias da apostasia de Acabe e nos dias de João Batista, chama todo o mundo a voltar aos "mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apoc. 14:12, RSV).
A mensagem de Elias hoje convoca todos os homens em lugar de adorar a criação a adorar o Criador. "Adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas" (Apoc. 14:7, NVI). Isto aparentemente coloca o significado do quarto mandamento no centro focal: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou" (Êx. 20:8-11, RA).
Um autor expressou a oportunidade da mensagem de Elias do tempo do fim de Apocalipse 14 nestas palavras desafiadoras: "Na exaltação do humano sobre o divino, no louvor aos líderes populares, no culto a Mamom, e na exaltação dos ensinos da ciência sobre as verdades da Revelação, multidões hoje estão seguindo a Baal" (White, Profetas e Reis, pág. 170).
Uma terrível advertência de juízo vai para os que escolhem adorar "a besta e sua imagem", que os comentaristas identificaram com religião apóstata, a alteração audaciosa da lei de Deus e do evangelho. Um anjo mensageiro declara solenemente que Babilônia – o sistema de religioso apóstata – "caiu, caiu" (verso 8).
É significante que a Escritura chama o povo de Deus de volta à "perseverança" (RA), ou "paciência" (KJV) dos santos (verso 12). Perseverança é resistência. Aqui está um apelo não só para se tornar cristãos, mas para permanecer cristãos, mesmo em face da perseguição, que é freqüentemente a porção daqueles que sinceramente seguem os mandamentos de Deus. Assim nós vemos que, como nos dias de Elias, a guarda dos mandamentos é um das marcas que identificam os verdadeiros adoradores de Deus. Uma terrível maldição virá naqueles que deliberadamente desafiam a Deus e Sua vontade (veja versos 9-11). O céu convoca todos os homens para crerem em Jesus com uma fé que salva e santifica.
Esta fé exerce tal compulsão que aqueles que a possuem estão dispostos a seguir Jesus em todos os caminhos, onde quer que Ele conduza. A pergunta é: Amamos a Cristo supremamente?
A Presença de Elias
O Apocalipse descreve o coração da última mensagem de advertência como segue: "Então vi outro anjo, que voava pelo céu e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na terra, a toda nação, tribo, língua e povo" (Apoc. 14:6, NVI). Nós podemos resumir a mensagem inteira nesta frase inclusiva: "o evangelho eterno". Se não é o evangelho, o antigo evangelho, evangelho inalterado, o pregador não pode representar corretamente o Elias do tempo do fim. Ele não está orando no espírito e poder e verdade de Elias. Se uma igreja não está proclamando a mensagem básica do evangelho salvador da graça livre e soberana de Deus, se não apresenta a justificação pela fé sem as obras da lei, então não está cumprindo a missão professa; não está expondo o singular e único evangelho de Deus que julga todas as outras mensagens (veja o Gál. 1:6-9).
Note que o Apocalipse aqui usa "evangelho" com relação a "perpétuo" (KJV), ou "eterno". João parece agregar esta qualificação porque os que reivindicam pregar a mensagem de Elias face ao perigo de oferecer um evangelho diferente. Um evangelho que enfoca tanto nas advertências contra Babilônia e a besta e sua marca pode condenar em lugar de salvar.
O evangelho eterno salva. O único caminho do Paraíso perdido ao Paraíso restaurado abarca todas as dispensações. É a mesma mensagem do evangelho da morte substituinte do Filho de Deus que Isaías pregou (Isa. 53). A mesma mensagem sobre o Cordeiro de Deus que João Batista pregou. O mesmo evangelho de aceitação divina do verdadeiro arrependimento que Jesus pregou. O mesmo evangelho de graça soberana que Paulo pregou. Este é o evangelho que também a última geração é chamada a proclamar com urgência. O horário de Deus é sempre perfeito. A proclamação universal do convite final de Deus para voltar a Ele e seguir Sua vontade revelada – a presença de Elias – pode ser considerado como o maior sinal de todos de que Cristo breve virá em Sua glória.
Em Sua misericórdia Ele nos chama para reavivar nossa adoração do Criador, uma adoração que irradia amor divino para todos os homens, em Espírito e em verdade. Enquanto o evangelho de Cristo nos chama à obediência a Deus de todo nosso coração e de toda nossa força, é a própria antítese do legalismo, porque nos afasta da dependência em nossos esforços à total dependência em Cristo. A mensagem divina cria fé naqueles que a ouvem. Sendo pregada agora, ela prepara a humanidade para estar em pé no juízo, face-a- face com Aquele que vem com coroa e foice, como Rei dos reis e como justo juiz.
Agora, enquanto Ele ainda oferece livremente a graça de Sua salvação, a mensagem de Elias requer nossa decisão: “Até quando vocês vão oscilar para um lado e para o outro? Se o SENHOR é Deus, sigam-no; mas, se Baal é Deus, sigam-no’.” (1 Reis 18:21, NVI). A verdade nunca foi medida através de números. Elias esteve praticamente só contra os 850 profetas de Baal e Aserá apoiados pelo governo de Israel (versos 19, 22). Deus não está satisfeito com neutralidade num tempo de apostasia. Quando Ele nos dirige um apelo para fazer um novo compromisso com Ele e Sua palavra e com Seu reino, é tempo de levantar-se e ser contado entre o fiel remanescente, cujas credenciais e credo são a Bíblia e a Bíblia somente.
A Final Revelação dos Fatos no Tipo e Antítipo
O conflito espiritual entre Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo atua como um protótipo dramático da batalha final entre o bem e o mal como descrito em Apocalipse 16:13-16. No tempo de Elias três poderes estavam unidos em oposição ao profeta de Deus: Acabe, o rei de Israel, que representava o poder estatal do reino do norte. Jezabel, sua esposa pagã que veio da Fenícia e ativamente promoveu o culto de Baal dentro das tribos do norte de Israel. Ela "estava exterminando os profetas do Senhor" (1 Reis 18:4), e ela representava o poder perseguidor da religião apóstata obviamente dentro de Israel. E finalmente, os falsos profetas, um total de 850, que obedeceram as ordens de Jezabel (verso 19).
Não é nenhuma coincidência que João descreve os três poderes apocalípticos que se unem para opor-se ao Israel Messiânico de Deus no tempo do fim como "o dragão", "a besta”, e "o falso profeta" (Apoc. 16:13). Esta trindade demoníaca, dirigidos por um ódio sobrenatural contra o verdadeiro Israel de Deus, une todos os poderes estatais do mundo para um golpe mortal final contra a igreja proscrita no Har-Magedon (verso 16).
Alguns estudiosos identificaram "Har-Magedon", ou "Monte Megido" com o Monte Carmelo, localizado perto do Megido, com a conseqüência que eles vêem Har-Magedon como o antítipo apocalíptico da luta final histórica no Monte Carmelo nos dias de Elias (veja E. Lohmeyer, Die Offenbarung des Johannes [Tübingen, 1953], p. 137; W. H. Shea, "The Location and Significance of Armageddon in Revelation 16:16," AUSS 18 (1980): 157-162).
Esta conexão tipológica ensina uma vez mais que a questão em jogo no Armagedom é a verdadeira ou a falsa adoração do Deus de Israel. Mais que isso, o resultado da confrontação final revela um paralelo mais notável com a vitória de Elias. Fogo do Deus de Israel no céu decidiu quem era o Deus vivo quando consumiu o sacrifício de Elias no Monte Carmelo (1 Reis 18:38). O profeta de Deus então ordenou a captura de todos os falsos profetas e comandou sua execução no Vale de Quisom (verso 40). Na batalha do Armagedom Cristo ganhará sua vitória de um modo semelhante. Quando Ele aproxima da cena de batalha com Seus exércitos celestiais, a guerra santa acha um rápido fim:
A besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela . . . Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre (Apoc. 19:20, 21, NVI).
De maior consolação para o povo de Deus, porém, é a máxima recompensa do próprio Elias. Depois da conclusão de sua missão, Deus o trasladou em glória imortal quando uma carruagem celestial com cavalos de fogo pendiam do céu. "E Elias foi levado aos céus num redemoinho" (2 Reis 2:11, NVI). Nesta experiência a recompensa de Elias é um tipo profético do que a última geração dos filhos de Deus receberá.
Quando Cristo voltar em Sua glória dos céus orientais, montando em Seu vitorioso cavalo de batalha, miríades de anjos O acompanharão em seus cavalos brancos para libertar os santos de seus opressores e os transferir para a presença eterna de Cristo (Apoc. 19:11-14). Eles têm aguardado por isto durante muito tempo! Valia a pena viver e sofrer por isto, como o apóstolo Paulo declarou: "Considero que os sofrimentos que suportamos agora não se comparam com o esplendor, ainda não revelado, que está em reserva para nós" (Rom. 8:18, NEB).
Um comentário:
Faz uma visitinha no meu blog e verá que esse Elias significa algo mais.
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